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Sobre: A rainha dos cárceres da Grécia

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Este exercício de leitura de A Rainha dos Cárceres da Grécia desenvolve algumas possibilidades de significação do modelo de interpretação proposto por José Paulo Paes, um "dispositivo de espelhos conjugados", com o qual ele desvenda o romance de Osman Lins. Análise de Ismail Xavier sobre a produção cultu ral brasileira da década de 1970 é outra referência. A partir dela, será possível perceber os efeitos alcançados por Osman Lins na criação de emblemas que traduzem a realidade do país num momento de crise econômica, política e cultural.

A escrita literária sempre desperta as mais diversas reflexões, principalmente, no que concerne a urdidura textual. Este portal aberto pela meta-ficção é um convite a revisitar Atenas-Aracne, Teseu- Ariadne e sermos Penélope a cada leitura. Em A Rainha dos Cárceres da Grécia , Osman Lins nos entrega o novelo para sermos/não sermos Teseu. Estabelece-se ambígua ambivalência reveladora da paratopia do escritor, e porque não, do leitor? vítima na grande teia que é o romance.

Este trabalho tem por objetivo evidenciar o aspecto metanarrativo do romance A rainha dos cárceres da Grécia (1976), de Osman Lins. A análise se apoia no princípio metodológico da intertextualidade, sobretudo no diálogo com o livro Alice no país das maravilhas (1865), de Lewis Carroll. A partir de três fragmentos da obra do autor inglês, Osman Lins criou uma forma narrativa que questiona seu próprio processo de narração, sobretudo no que concerne aos elementos de sua estrutura interna: o carácter fragmentário do texto, o tema da loucura, o uso de alegorias e símbolos para representar o mundo absurdo em que vivem as personagens e a denúncia social.

Articulando a inter-relação emre a Recife de Maria de França e a Recife da invasão holandesa, este trabalho analisa como a referência é retratada em A rainha dos cárceres da Grécia de Osman Lins.

Este trabalho discute a questão do narrador e da narrativa, tomando como pontos básicos para reflexão os romances A rainha dos cárceres da Grécia, de Osman Lins, e A gloriosa família - o tempo dos flamen­gos do angolano Pepetela. Com o apoio teórico de Walter Benjamim, Adorno e Silviano Santiago, dentre outros, procuramos analisar aspec­tos relevantes das duas narrativas, tais como as diferentes vozes que ali se expressam, a estrutura semovente das tramas e personagens, estabele­cendo - tanto quanto possível- uma comparação entre os dois roman­ces, as posições dos seus narradores e a estrutura narrativa adotada.

Este trabalho pretende demonstrar como Osman Lins, usando o disfar­ce de um narrador-autor em A rainha dos cárceres da Grécia, analisa e discute os atos de leitura e criação de textos; a luta com as palavras e a luta no mundo; a solidão do escritor; a resistência contra a tirania e a opressão; a loucura de viver e escrever no mundo real. Como muitos outros trabalhos do autor, este não é um livro de certezas, mas um texto de resistência, de questionamentos e descobertas que desafiam o leitor e o fazem pensar.

Em A rainha dos cárceres da Grécia inscreve-se uma ética da leitura através da qual os corpos do escritor/autor, do texto e do leitor conjugam-se não apenas nos jogos especulares constitutivos da produção literária, mas também num reconhecimento da escrita, um ato da existência que está inevitavelmente inserido no tempo que circunscreve os corpos, mas que também se repete no ato da leitura. Dada esta temporalidade, o testemunho da escrita que o narrador constrói ganha a forma de um diário.

O último romance de Osman Lins, A rainha dos carceres da Grécia (1976), é infiltrado de veneno. O escritor nao admitia oferecer textos como "frutos maduros" e doces nascidos de arvore (afastados da realidade amarga da vida contemporanea). Ao temer que "o engano envenenasse" a obra, a personagem-narradora de A rainha diz o mesmo: nao admitir escrever algo enganoso, que nao espelhasse a sociedade desigual e injusta em que ela e seus personagens vivem.

Este artigo tem a finalidade de apresentar uma análise da representação do leitor em A rainha dos cárceres da Grécia, de Osman Lins, resgatando os fundamentos da estetica da recepção, a partir dos referenciais de leilor que a Teoria literária e a obra ficcional ora em estudo preconizam. A rainha dos cárceres da Grécia é um romance que propõe, em seu discurso literário, a interação entre leitor e texto. Essa relação exige uma participação ativa do receptor na construção do significado da obra.

Cartografia dos impasses narrativos propostos por A Rainha dos Carceres da Grecia, escrito por Osman Lins em 1976 e ate hoje um dos textos mais inovadores da literatura brasileira. Abordaremos a sua proximidade com outros criadores da literatura mundial no sentido da renovação do repertorio de equações narrativas, bem como o peso específico de soluções encontradas por Lins (construção em palimpsesto; mecanismos de desestabilização da narrativa; percepção arquitetonica do texto; e intertextualidade como eixo em torno do qual se desenvolve a poetica narrativa).

Leitura dos romances A rainha dos cárceres da Grécia (1975), de Osman Lins, e A gloriosa família, o tempo dos flamengos (1999), de Pepetela,que adotaram como motivo a presença holandesa em dois espaços lusófonos, Brasil e Angola, com o objetivo de acompanhar como o viés transnacional dessas sociedades, advindo da interação conflituosa e/ou pacífica entre diferentes culturas, já se manifesta desde o século XVII;analisar os procedimentos textuais que promovem a ligação entre a história e a literatura, o presente e o passado.

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