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Sobre: Retábulo de Santa Joana Carolina

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Este artigo ocupa-se da narrativa "Retabulo de Santa Joana Carolina", de Osman Lins, a partir dos aspectos plasticos, que remetem tanto ao sistema construtivo medieval quanto ao cubismo. Pelas escolhas formais, o escritor consolida a saída do regionalismo literario e produz uma ficr;ao com enfase no descentramento do olhar e na superposirção de planos, narrativos e visuais, que potencializam o "corte", ou seja, o proprio trarçado do limite.

Análise, caracterização e exemplo do processo de transposição interestética – a écfrasis – na configuração do espaço literário na narrativa “Retábulo de Santa Joana Carolina”, de Osman Lins.

O artigo propõe-se a analisar, dentro dos parâmetros da crítica temática e da psicanálise freudiana, bem como de outros saberes advindos da história e da astrologia, o modo como o tema do amor cristão organiza o percurso da protagonista de “Retábulo de Santa Joana Carolina”, narrativa central de Nove, novena, obra de 1966, escrita por Osman Lins. Embora associada a dimensões profanas, a protagonista é normalmente vista como uma “santa” pela crítica especializada. Entretanto, por seu percurso vital estar relacionado ao trânsito das constelações zodiacais, a dimensão profana será enfatizada em análises que relacionarão os tempos litúrgico, astrológico e histórico. Dentro desse jogo temporal, o presente artigo trará à luz a dimensão humana. Distante do perfil de santidade, o amor caritas será observado como decorrente do mecanismo psíquico de sublimação de Joana Carolina, desenvolvido durante toda sua vida.

Nosso trabalho tem como objetivo realizar a caracterização da personagem Joana no conto Retábulo de Santa Joana Carolina, de autoria do escritor pernambucano Osman Lins. Tomando por base o dialogismo bakhtiniano e os olhares acurados de José Luís Fiorin e de Carlos Alberto Faraco, foi realizada uma busca na história e no tempo, através da heteroglossia dialogizada, traço marcante na redação do autor, para a construção da personagem principal do texto.

Partindo do diálogo entre literatura e artes plásticas sugerido pelo conto “Retábulo de Santa Joana Carolina”, de Osman Lins, e fazendo uso de conceitos de Mikhail Bakhtin e Walter Benjamin, este artigo propõe uma breve análise da estrutura do conto tendo como foco o narrador. Nesse sentido, observa-se que as escolhas estéticas e estratégias fragmentárias adotadas constroem uma narrativa que é simultaneamente singular e plural, individual e coletiva.

Aqui se apresentam as estratégias compositivas mediante as quais se encena a manifestação do sagrado no “Retábulo de Santa Joana Carolina”, narrativa integrante do livro Nove, Novena, de Osman Lins (1924 – 1978). Paralelamente, se reflete sobre a dimensão crítica que subjaz ao texto, demonstrando que a hierofania ali encenada vai de encontro tanto à fragmentação do conhecimento, típica do mundo contemporâneo, quanto à instrumentalização da vida, da natureza e da linguagem. O método adotado na interpretação do significado da obra é o da escuta de suas questões, que se manifestam em sua estrutura e em suas relações com o mundo.

Em contraste com a obra Os Gestos, de 1957, coletânea de contos intimistas, Osman Lins publica, em 1966, Nove, Novena - livro de contos em que introduz uma série de inovações técnicas que têm continuidade em Avalovara, de 1973, despertando a desconfiança de críticos que classificam as duas obras como experimentalista. Tendo como referência Os Gestos, pretende-se oferecer um balanço crítico de Nove, Novena por meio de uma análise mais detalhada das narrativas “Achados e Perdidos” e “Retábulo de Santa Joana Carolina”.

Neste ensaio, pretende-se estabelecer um diálogo hermenêutico entre um conto de Osman Lins (Retábulo de Santa Joana Carolina) e dois sermões do Padre Antônio Vieira (Sermão da Exaltação da Santa Cruz e das Cadeias de São Pedro), com a finalidade de averiguar o fenômeno do distanciamento entre o autor e o leitor em relação ao privilégio da verdade de um texto. Tem-se o propósito de apurar a forma tensional instalada nos discursos literários desses autores, afastando o mito da objetividade da verdade e abrindo caminho para uma exegese vertiginosa da alma diante do nada, num mergulho puramente existencial, não conceitual, impenetrável e desafiador ao pensamento.

Uma das conquistas da narrativa moderna foi expandir suas fronteiras, tanto para os elementos como para os limites consagrados pelas estéticas realista e naturalista, para a extensão e síntese. No diálogo dos grandes nomes do cânone moderno, fins do século XIX e inícios do XX, no Ocidente, fica assente a liberdade pela pesquisa formal, pela autonomia estética, o que deu origem a criações como algumas surgidas no Brasil, entre as décadas de 1940 e 1950, responsáveis pela experiência com a linguagem poética em níveis raramente alcançados. Entre esses criadores, destaca-se Osman Lins (1924-1978), o nordestino que levou suas origens e mitos para além da língua portuguesa, fazendo elevar sua voz entre aqueles que alteraram as expectativas dos leitores para outros formatos narrativos. Este exercício é uma homenagem ao criador de "Retábulo de Santa Joana Carolina", narrativa admirada e querida entre os que descobriram uma outra forma de enfrentar as dimensões do espaço e do tempo, mesmo no tempo do presente, este que nos foi entregue para uma travessia.

O presente artigo tem como tema analisar o conto Retábulo de Santa Joana Carolina. Focaliza-se o estudo nas marcas inferenciais presentes no conto que viabilizam as concepções religiosas e profanas contidas em seu enredo. Este trabalho tem por objetivo investigar as simbologias religiosas contidas na obra e os comportamentos característicos dos signos do zodíaco. Baseamo-nos nos conceitos de inferência de leitura e nas concepções dialógicas de Bakhtin. Para realizar este trabalho, retiramos alguns trechos do conto que demonstram indícios vinculados ao ambiente religioso e astrológico e comparamos com versículos bíblicos e com a análise comportamental dos signos. Como resultado, notamos que Osman Lins, no decorrer da narrativa, propõe indícios que comparados a passagens bíblicas e estudos dos signos são referenciais para uma leitura interpretativa que transcende o contexto, despertando o conhecimento prévio do leitor. Assim, conclui-se que o leitor ao relacionar seus conhecimentos torna-se capaz de compor novas perspectivas de leitura, através de relações dialógicas e inferenciais permitidas pelo texto.

Osman Lins, heir of Flauberian formal austerity, weaves destabilizing narratives, whose senses break with the expectations of the reader, offering a multiplicity of voices within internalized spaces that assume a semantic value in the constitution of the social beings that are in it. “Retábulo de Santa Joana”, one of the most intriguing narratives of Nove, novena, presents physical and symbolic spaces that merge and intertwine in function of a polysemy of meanings that induces us to delve into this emblematic montage of voices that situate their conflicts, assigning them a cosmic dimension. For theoretical support, we will follow the Bakhtinian studies, those developed by Borges Filho and those of Osman Lins himself.

Sabe-se que a balança é conhecida na qualidade de símbolo de justiça, da prudência, do equilíbrio porque sua função corresponde à pesagem dos atos. Destarte, assim como as personagens Joana Carolina, da narrativa Retábulo de Santa Joana Carolina e Teresa, do romance O fiel e a pedra, ambos do escritor Osman Lins, há construções fortes da força silenciosa com forte poder de decisão em meio ao tradicionalismo do sertão. Portanto, o presente trabalho propõe uma leitura das mencionadas personagens osmanianas, tendo como base as conjunturas e a maneira de pensar e de sentir o mundo que as rodeia por meio de demonstrações de forças que podem ser lidas por meio do olhar que reflete a experiência. Nos tempo e espaço de Joana e Teresa são expostas suas dores: invisível, visível, trespassável, dura, inimiga que transformam rompantes de iras em atitudes éticas.

Este trabalho acusa a presença de três traços da estética barroca no conto “Retábulo de santa Joana Carolina” (2002) de Osman Lins. Os aspectos desse estilo identificados na obra são, respectivamente, a forma aberta, apontada por Wölfflin (2000) como caracterizadora da produção visual barroca, as agudezas literárias seiscentistas e o labirinto barroco. A princípio, elencam-se algumas considerações críticas sobre o barroco no panorama nacional novecentista, refletindo-se sobre a perspectiva retórica de Hansen (2004), a abordagem psicologizante de Ávila (1971) e a compreensão do barroco como um fenômeno cultural de Sant’Anna (2000). Após essas reflexões sobre a estética seiscentista, ressalta-se o rebuscamento e a propensão visual do conto de Osman, características que, frequentes em sua obra, já viabilizaram a aproximação de outros textos seus com o barroco. Por fim, são analisados os procedimentos estilísticos empregues pelo autor para se aproximar das configurações artísticas do seiscentos, a saber: a forma aberta, trespasse dos limites da tela, encontra correlato na transgressão dos limites dos mistérios, seções autotélicas que compõem o conto; as agudezas e o labirinto barroco, por sua vez, estão presentes no princípio dessas mesmas passagens.

Na narrativa Retábulo de Santa Joana Carolina (1966), do escritor pernambucano Osman Lins (1924–1978), a vida da personagem Joana Carolina é apresentada por meio de uma visão aperspectivista, transformando-se em um espaço simbólico fragmentado por ornamentos, formas e poesias. Fundem-se histórias e personagens entrelaçando passado, presente e futuro. Nesse sentido, o conhecimeto aprofundado do texto de Osman Lins foi um dos pontos efetivo para que a tradução de Retábulo de Santa Joana Carolina para o japonês fosse realizada. O aporte teórico acerca da narrativa e da tradução se alicerça em textos de Sandra Nitrini, Walter Benjamim, Umberto Eco, Shuichi Kato, Henri Meschonnic, Haroldo de Campos, Octávio Paz. Além disso, integram-se à investigação largas leituras na fortuna crítica de Osman Lins e teóricos da tradução. Utilizam-se a poética do traduzir e o conceito de ritmo formulados por Henri Meschonnic em diálogos com diversos autores concernentes à poética da tradução. Em um primeiro momento são analisados o percurso inventivo da escritura de “Retábulo”, seus ornamentos e simbologias. No momento seguinte, inicia-se as discussões e o debate entre a teoria da tradução e a tradução do conto de Osman Lins. Portanto, esse artigo faz uma análise do percurso inicial da tradução da narrativa osmaniana. Tal percurso visa a entender a narrativa de Osman Lins no campo analítico, bem como no percurso desdobrado para a tradução em japonês.

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