Textos em periódicos

Revista Cerrados, 2014, v. 23, n. 37

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Versão ampliada do depoimento prestado por ocasião do simpósio em comemoração aos quarenta anos de publicação do romance Avalovara, na USP (2013).

Este ensaio pretende desenvolver alguns pontos importantes em convergência nas contísticas de José Maria Moreira Campos (1914-1994), cearense, e Osman Lins (1924-1978), pernambucano, na fase inicial dos dois escritores: o primeiro, de 1949 a 1957, com Vidas marginais e Portas fechadas, respectivamente, e o segundo, com Os gestos, de 1957. As convergências em destaque estão constatadas por documentos dos Álbuns – “O que dizem dele”, no Arquivo Pessoal de Moreira Campos, depositados no Acervo do Escritor Cearense (UFC). A admiração do escritor mais velho, Moreira Campos, pelas soluções formais, pelos arranjos na composição da narrativa curta, pelo tecido da trama, da parte de Osman Lins, dez anos mais jovem, atesta o vigoroso processo de relação examinado por T. S. Eliot (1989), como embate entre cânone ou tradição e o talento individual, como resultado das tensas e conflituosas descobertas e revelações travadas no sistema literário – Antonio Candido (s/d), Roland Barthes (1986), entre outros escritores. As convergências e as diferenças entre os escritores brasileiros em foco, com divulgação em outras línguas, os tornam valiosos intérpretes das décadas de 1940 e 1950, para um momento histórico de muitos perfis, como o assinala Hannah Arendt (2008), ainda sob consideração dos poetas pensadores, para uma possível compreensão dos desdobramentos que se seguiram ao longo do século XX.

Este texto acolhe três depoimentos escritos especialmente para integrar este volume dedicado a Osman Lins. Dois são de familiares Maria do Carmo de Araújo Lins, sua primeira esposa; Maria de Lurdes Lins Strummiello, irmã de Osman Lins; o outro, de Dorothea Severino, esposa de seu amigo Alexandrino Severino.

Neste ensaio, pretende-se estabelecer um diálogo hermenêutico entre um conto de Osman Lins (Retábulo de Santa Joana Carolina) e dois sermões do Padre Antônio Vieira (Sermão da Exaltação da Santa Cruz e das Cadeias de São Pedro), com a finalidade de averiguar o fenômeno do distanciamento entre o autor e o leitor em relação ao privilégio da verdade de um texto. Tem-se o propósito de apurar a forma tensional instalada nos discursos literários desses autores, afastando o mito da objetividade da verdade e abrindo caminho para uma exegese vertiginosa da alma diante do nada, num mergulho puramente existencial, não conceitual, impenetrável e desafiador ao pensamento.

Saída apenas em 1987, a primeira tradução italiana de Osman Lins (Avalovara) passou praticamente despercebida entre o público leitor do país e a mesma coisa aconteceu também com os demais (poucos) textos do autor que vieram a lume na Itália ao longo destes anos. Contudo, sem se adentrar nas sendas tortuosas da estética da recepção, este artigo pretende não só investigar as razões de tal fracasso editorial, salientando a irredutibilidade da obra de Osman Lins ao cânone italiano da literatura brasileira, como também apontar para algumas das principais contribuições oferecidas pela crítica italiana aos estudos osmanianos.

Entre os dias 07/05 e 10/05 de 2009, um grupo de pesquisadoras viajou ao Recife e ao município pernambucano de Vitória de Santo Antão com o intuito de encontrar as pistas reais que as aproximaram do universo ficcional de Osman Lins (1924-1978). A crônica a seguir reconstrói, especificamente, a passagem pela cidade natal do escritor e mostra aos leitores de Lins o ensaio fotográfico (inédito até agora) produto desse percurso revelador.

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