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Sobre: Marinheiro de primeira viagem

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No âmbito do tema literatura e viagem, enfoca-se o gênero narrativa de viagem na literatura brasileira do século XX, em especial os livros Chao de França, de Ribeiro Couto (1935) e Marinheiro de primeira viagem, de Osman Lins (1963), investigando o que buscam os escritores brasileiros em suas viagens à França e como transformam essa busca em literatura.

Dans les années soixante, l’écrivain Osman Lins va renouveler la littérature de voyage au Brésil en se démarquant d’une tradition ancrée sur la notion de « nostalgie littéraire ». Ses deux récits de voyage, Marinheiro de primeira viagem (1963) et La Paz existe ? (1977) témoignent avant tout de ses engagements littéraires et sociaux, tout en annonçant la poétique fragmentaire de ses livres à venir, largement nourris, par ailleurs, de procédés propres aux arts visuels.

O escritor Osman Lins, pernambucano de Vitória de Santo Antão, em 1961, fez sua primeira viagem à Europa como bolsista da Alliance Française. Durante sua permanência, além de estudar francês e estar vinculado ao jornal O Estado de S. Paulo, como colaborador, ele traça um plano cultural para explorar inteligentemente o grande acervo cultural que o Velho Continente abriga. Após um período de seis meses, ele retorna ao Brasil completamente envolvido por tudo o que viu e ouviu em suas visitas culturais, e decide compartilhar suas memórias com os leitores. Escreve então Marinheiro de primeira viagem, que vem a público em 1963. O que nos chama a atenção não são somente os relatos da experiência da viagem em fragmentos narrativos curtos e caracterizados por um diálogo entre o real e as obras de arte pictóricas, literárias, filosóficas, ou vinculados a notícias do cotidiano, entre outros recursos, mas um outro aspecto do trabalho: o modo de ligação entre os relatos. A relação entre eles não se estabelece pela linearidade narrativa, mas pela forma circular em que o livro foi inscrito. Além dessa estrutura de alcance mítico, há a referência ao mito de Orfeu, que assume papel estratégico em Marinheiro de primeira viagem, imprimindo-lhe uma poética dominante, em que forma e conteúdo interpenetram-se.

O escritor Osman Lins, pernambucano de Vitória de Santo Antão, em 1961, fez sua primeira viagem à Europa como bolsista da Alliance Française. Durante sua permanência, além de estudar francês e estar vinculado ao jornal O Estado de S. Paulo, como colaborador, ele traça um plano cultural para explorar inteligentemente o grande acervo cultural que o Velho Continente abriga. Após um período de seis meses, ele retorna ao Brasil completamente envolvido por tudo o que viu e ouviu em suas visitas culturais, e decide compartilhar suas memórias com os leitores. Escreve então Marinheiro de primeira viagem, que vem a público em 1963. O que nos chama a atenção não são somente as exposições da experiência da viagem em narrativas curtas e caracterizadas por um diálogo entre o real e as obras de arte pictóricas, literárias, filosóficas, ou vinculadas a notícias do cotidiano, entre outros recursos, mas um outro aspecto do trabalho: o modo de ligação entre os relatos. A relação entre eles não se estabelece pela linearidade narrativa, mas pela forma circular em que o livro foi inscrito. Além dessa estrutura de alcance mítico, há a referência ao mito de Orfeu, que assume papel estratégico em Marinheiro de primeira viagem, imprimindo-lhe uma poética dominante, em que forma e conteúdo interpenetram-se.

São muitos os sentidos que a idéia de viagem assume em Avalovara: de uma personagem a outra, seguindo as linhas narrativas [ou não], de cidade em cidade, de um a outro tempo. Este trabalho imaginará um diálogo entre A viagem e o rio [reflexão que Abel, protagonista do romance, deseja publicar no Rio de Janeiro] e as anotações feitas por Osman Lins em Marinheiro de primeira viagem. De alguma forma, o ensaio e o diário se conectam e fazem pensar na arte de narrar, no conhecimento que veicula a experiência além mar e na percepção de um tempo passado. Considerações todas que, de fato, são colocadas por Walter Benjamin na reflexão sobre Nikolai Leskov.

Este artigo tem por proposta destacar as formas geométricas que Osman Lins recorre ao elaborar Marinheiro de primeira viagem e Guerra sem testemunhas: o escritor, sua condição e a realidade social. A experiência do autor com a geometria é parte integrante de sua formação desde os primeiros anos de vida. Ao escolher os círculos para se expressar literariamente, ele converte essa linguagem de primeiro grau em metáfora, pela ampliação de sentido que essas referências proporcionam.

Discutiremos neste artigo como se constitui o olhar no livro Marinheiro de primeira viagem de Osman Lins. Centramo-nos primordialmente nos episódios transcorridos em Paris, em que o olhar do estrangeiro gradativamente cede espaço ao do viajante, que define os contornos do livro. A perspectiva do viajante pode ser mais bem compreendida por meio da contraposição à do turista, que carrega consigo um instrumento por meio do qual se expressa: a máquina fotográfica. Em oposição à fotografia, a pintura oferece parâmetros para pensarmos o olhar do viajante e a escrita singular de Osman Lins em um livro que extrapola o gênero “literatura de viagem”.

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