A proposta deste trabalho é a de analisar a tradução para o inglês do romance Avalovara, do escritor pernambucano Osman Lins, assinada pelo tradutor norte-americano Gregory Rabassa (1979). Romance enigmático, matematicamente arquitetado pelo autor brasileiro, Avalovara apresenta uma enorme gama de interpretações e possibilidades de leitura. Tendo isso em vista, este trabalho tece uma análise a partir de trechos selecionados, tomando por auxílio elucidativo as correspondências trocadas entre Lins e Rabassa, constantes no arquivo do autor, na Fundação Casa de Rui Barbosa, Rio de Janeiro-RJ. A análise também perpassará o olhar sobre os índices morfológicos, paratextos e textos de acompanhamento, entre outros aspectos editoriais da tradução, a partir de suas três edições publicadas, com o intuito de observar sua recepção na cultura de chegada. Para tanto, lançaremos mão dos conceitos propostos por Antoine Berman (1995) e Marie-Hélène Torres (2011), que tratam, respectivamente, da análise crítica de tradução e da análise morfológica da tradução. Em uma outra perspectiva, diante das dualidades inerentes à Tradução, proporemos, em paralelo ao texto científico, um olhar autorreflexivo, metalinguístico, expondo “percursos e revelações” da execução deste trabalho, rememorando o próprio estilo osmaniano – “viagem e relato de viagem”.