Textos em periódicos

Autor: Ermelinda Maria Araújo Ferreira

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Neste artigo discute-se a postura de Osman Lins como educador, comparando-a a de Monteiro Lobato, e analisa-se a sua breve incursão no terreno da Literatura Infantil, com a peça, tornada conto, O diabo na noite de Natal, na qual presta uma homenagem ao mestre brasileiro no genero

Em seu livro The open: man and animal, Giorgio Agamben argumenta que, embora a idéia do “humano” na sociedade ocidental tenha sido pensada, desde sempre, como uma misteriosa conjunção de um corpo natural e de um elemento sobrenatural, social ou divino, é preciso aprender a pensar o “humano” como o resultado de uma prática e de uma política intencional e deliberada de separação entre “humanidade” e “animalidade”. Baseando-nos nos conceitos deste crítico, e de outros como John Berger, W. J. T. Mitchell e Cary Wolfe, percorremos alguns textos de autores brasileiros, como Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Clarice Lispector e Osman Lins, analisando como a metáfora animal é utilizada para representar o ser humano abjeto, em condições de sujeição, marginalização e degradação, o que não só revela o modo como o “humano” pode vir a se relacionar com os seus semelhantes em situações adversas, mas também o modo como esse relacionamento reproduz o preconceito atávico de sua superioridade sobre a natureza e os animais.

Este trabalho discute alguns tópicos do projeto Osman Lins: das páginas do livro à tela do computador, que resultou na construção de um site na Internet. Além de informações gerais sobre a vida e obra do autor, o site apresenta as referências literárias, plásticas e musicais de origem medieval que compartilham o espaço com instigantes e visionárias metáforas cibernéticas na obra osmaniana.

Este artigo contém o segundo dos três itens previstos para o ensaio intitulado “Cosmofonia osmaniana: a orquestração sonora simbólica em Avalovara”, e trata do tema da pastoral ao pastoril: sonoplastia de um regionalismo à beira-mar, um estudo sobre o capítulo Cecília entre os leões, de Avalovara. A ideia geral da pesquisa consiste em mostrar como os princípios básicos de consciência ecológica defendidos pelo World soundscape project de Murray Schafer subsistem no âmbito do exercício de criação de ambientações muito específicas por Osman Lins no romance Avalovara, como uma peculiar apropriação e releitura de um ainda incipiente, nos anos 1970, discurso preservacionista da natureza, que aparece transformado na defesa da natureza de um discurso reiteradamente ameaçado de extinção no século XX: o romanesco.

Este ensaio discute a agraciada força das poéticas "menores" de dois grandes vates da literatura brasileira moderna: Guimarães Rosa e Osman Lins, através da análise do papel do riso e da comicidade na construção metalinguística de algumas de suas obras, que refletem, cada uma a seu modo, uma visão de mundo curiosamente próxima - afeita aos princípios da carnavalização e do circo. A alegria é, para esses escritores, a pedra fundamental de uma estética do insignificante e do ínfimo, e de uma ética profundamente humana, de vida, morte e renovação.

Este ensaio pretende realizar um breve levantamento das experiências narrativas do escritor pernambucano Osman Lins no gênero conto, reunidas nos livros Os Gestos, Nove, novena, Casos Especiais e Domingo de Páscoa, dando relevo ao geometrismo que as preside, à arquitetura simbólica e especular que as orienta e às implicações éticas e estéticas dessas produções; que comparamos, eventualmente, em nossa reflexão, a obras das artes plásticas utilitárias de recursos semelhantes.

O escritor pernambucano Osman Lins (1924-1978), romancista, contista e dramaturgo, foi um acirrado defensor da palavra e um crítico ferrenho da indústria cultural. Nos anos 1970, entretanto, a convite da Rede Globo, produziu três roteiros para o programa “Caso Especial”, que foram adaptados e exibidos no horário nobre da emissora. Infelizmente, este foi um de seus últimos trabalhos, tendo o autor falecido vítima de um câncer, deixando para trás vários projetos inacabados, como o romance A cabeça levada em triunfo e o seu ingresso – como “sabotador”, segundo ele – no mercado do entretenimento “massificado” que crescia vertiginosamente no Brasil da ditadura militar. Neste artigo, comentamos sobre a incursão do autor no gênero policial, a partir da análise de um de seus textos escritos para a televisão: “Uma ilha no espaço”, publicado em 1978 pela Editora Summus.

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