Dissertação de Mestrado
2010
Esta dissertação estuda a escritura do romance A rainha dos cárceres da Grécia de Osman Lins no limiar entre ensaio e ficção, principalmente no livro Guerra sem testemunhas, apontando para um narrador que se apresenta como testemunha para a escrita e que, no entanto, desaparece permanecendo o gesto. O conceito de anacronismo enquanto tensão entre tempos, representados neste livro pela aparição de personagens da história medieval (Maria de França) e pelo uso da quiromancia percorre toda a dissertação. Estes indícios contribuem para uma leitura enviesada feita a partir da ideia da teresa como máquina de leitura para atravessar os tempos do romance-diário. A aparição de personagens arcaicos no romance moderno, revelam as volutas do enredo, a escritura barroca de Osman Lins e a impressão como uma memória que caracteriza o livro como um romance contemporâneo segundo as considerações de Walter Benjamin e Giorgio Agamben.
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