Esta tese aborda aspectos ainda pouco analisados de A rainha dos cárceres da Grécia, último romance de Osman Lins: o narrador, a estrutura e a memória e, principalmente, o mundo grego no romance. Procura tratar também de outras questões, como a relação de ruptura e continuidade entre Avalovara e A rainha; a mulher na obra de Osman Lins; o levantamento e a análise de parte das inúmeras referências literárias no romance, a intertextualidade - citações ou paráfrases de textos de autores como Machado de Assis, Sófocles, Goethe e Poe - e sua articulação com estrutura e o tecido romanescos. É necessário desde agora ressaltar que nada disso Osman Lins revelou em anotações, artigos ou entrevistas. São descobertas feitas no convívio com o romance publicado. O romancista condenava a explicação exaustiva da obra pelo autor e manteve-se coerente com esse princípio. A rainha dos cárceres da Grécia, escrito e publicado durante a ditadura militar, põe em cena personagens excluídos da divisão do bolo do "milagre". Texto síntese da obra osmaniana, o romance interpreta e denuncia a chaga viva do cárcere Brasil