Há muito a imaginação é alvo de reflexão de pensadores e teóricos em acepção filosófica, antropológica ou literária, sendo sua essência ora atrelada ao engano, como em Pascal, ora à potência criativa, como em Voltaire. Assentindo esse último entendimento como o mais adequado ao projeto literário de Osman Lins e conhecendo a proposta do escritor de enriquecer o campo do imaginário através de sua ficção, intenta-se nesse estudo desenvolver uma leitura de A Rainha dos Cárceres da Grécia pautada na investigação de três camadas narrativas nomeadas pelo próprio Lins, sendo elas: a do real-real, a do real-imaginário e a do imaginário-imaginário. O percurso da dissertação partirá da análise do microconto “Exercício de Imaginação” também de autoria do escritor pernambucano, em que se lê simbolicamente o processo de criação de um texto literário, e seguirá o processo de composição do imaginário no romance – desde a reunião dos elementos, passando pela manipulação desses e chegando ao estado final da narrativa -, valendo-se primordialmente do apoio teórico de Gilbert Durand e Wolfgang Iser.