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Sobre: Nove, novena

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O autor no contexto da literatura latino-americana contemporânea. Linguagem de síntese e procura do uno. A espiral e o quadrado. 'Avalovara' vs. 'Ulisses', de James Joyce, vs. 'Paradiso', de José Lezama Lima.

O mercado editorial insere-se em um sistema no qual há mecanismos de poder em jogo. Fator de controle fora do próprio sistema literário, ele intervém na decisão de publicar uma tradução. Com base nas informações contidas na correspondência mantida entre Osman Lins e as tradutoras francesa e alemã, mostra-se como Nove, novena chegou ao conhecimento das editoras na França e na Alemanha, em que dificuldades esbarrou a publicação da tradução da obra, quais foram as estratégias usadas pela tradutora, pela agente literária e pelo próprio escritor para convencer os editores alemães a publicá-la e quais os argumentos alegados por eles para não editá-la.

En este artículo, nuestro objectivo es investigar las ocurriencias poetizadas y metaforizadas de la instáncia metanarrativa presente en trés narrativas del libro Nove, novena, de Osman Lins, que puede considerar uno de los más representativos escritores de la literatura brasileña.

O presente trabalho pretende explorar a produção literária de Osman Lins, a partir do seu engajamento poético, especificamente em relação às inovações presentes no conjunto das nove narrativas que compõem “Nove, Novena” (1966). A proposta que aqui se apresenta suscita o desenvolvimento de um percurso interpretativo em torno da poética de Lins com o propósito de refletir acerca dos experimentalismos literários como legítimas manifestações do seu engajamento por meio da linguagem. Nesse sentido, o compromisso do escritor pernambucano apresenta-se no processo de ressignificação das formas literárias, instaurando uma maneira própria de narrar, que, sobretudo, procura resgatar o elo perdido entre o homem e o sagrado.

O presente artigo visa explorar, ou melhor, especular acerca da idéia/conceito de um espetáculo barroco. Este caracterizar-se-ia, de um lado, por uma vida eminentemente sensível, sensorial, i.e., imersa em imagens, como encontramos no que Eugênio D'ors chamaria de uma cultura do barroco. Associa-se tal reflexão, anacronicamente, ao momento presente – da Sociedade do Espetáculo, segundo Guy Debord – tendo em vista que a imagem, aqui, está no centro, no entanto, como esfera de ação do poder espetacular que se caracteriza, por sua vez, pela "seleção das imagens que compõe o sensível". Por fim, recorreremos a dois contos de Osman Lins, quais sejam, "Conto barroco ou unidade tripartida" e "Um ponto no círculo", presentes em Nove novena, para investigar como este debate se insere de modo profícuo na literatura do escritor e como o último articula tais noções.

Intentamos analisar a noção de resiliência no projeto de escritura de Osman Lins em suas duas obras principais, Avalovara e Nove Novena. Partimos da hipótese de que nenhuma obra literária é isenta de certos traços autobiográficos embora possam estes ser apenas a expressão da trajetória ascendente de uma vital construção estética ou de uma transposição da vida em uma estética que evolui em qualidade. Nisto já reside o elemento básico de uma noção de resiliência no horizonte de Barlach (2005), Brandão (2009), Walsh (2005) e outros estudiosos.. Mostraremos que a resiliência conquistada pelo ato de escrever de O. Lins se alimenta no crescimento do autor, de seus personagens de ficção, e talvez do próprio leitor.

Em uma famosa objeção à comparação de sua literatura com aquela engendrada pelos nouveaux romanciers franceses, Osman Lins afirmava ser tal corrente literária extremamente civilizada enquanto, ao contrário, via-se (a si mesmo e a sua prosa) como “um tanto civilizado, mas […] mais ou menos primitivo, um selvagem civilizado”. Considerando que o primitivismo osmaniano é colocado pelo autor como algo da ordem dos “instintos” e do “incompreensível”, pretendemos com este artigo demonstrar como este aspecto foi identificado de maneira precisa pelo crítico franco-lusitano Álvaro Manuel Machado, sobretudo quando este autor propõe o “paradoxo” e o “animismo” como chaves de leitura de Nove, novena e Avalovara. Em seguida, aclararemos o interesse de Lins pela coincidentia oppositorum e pelo “olhar” dos animais propostos por Mircea Eliade, além de abordar o protagonismo dos viventes não humanos e da natureza em geral em suas duas obras supracitadas. Finalmente, exporemos como Lins, em sua literatura, elabora uma veemente crítica à pretensão à racionalidade pura.

This essay confronts Osman Lins ideas about aperspectivism in modern art presented in his book Lima Barreto and the space in the novel, and Pavel Florensky' s reflections on the distortions of perspective - explicit in the Middle Ages and subtle in the Renaissance. Osman Lins sees in the abolition of perspective in modern art the overcoming of the humanist view promoted by the Renaissance. Florensky argues that the distortions of perspective used by medieval artists did not result from lack of knowledge, but it was intentional, in order to a better expression the theocentric view of the world. In his analysis of paintings, Florensky observes that Renaissance artists often violated the laws of perspective in order to give their achievements better expression. Following this comparison, I analyze some elements that characterize the aperspectivism of Osman Lins' narrative art from the collection of short stories Nove, novena (1966) and in the novels Avalovara and The Queen of Prisons in Greece. Among the elements which contribute to non-perspectivism in the narrative of Osman Lins, we highlight the ornamental ambiance, as cosmic representation; the representation of the same character simultaneously in three phases of life; and the oscillation of narrative focus.

A série de crônicas “Cadernos de Minas Gerais” publicadas por Osman Lins no Jornal do Commércio do Recife em 1960 e a crônica “Não e só um retrato na parede”, publicada por Julieta de Godoy Ladeira no Suplemento literário de Minas Gerais em 1984 são dois acontecimentos que permitem perceber em primeiro plano as impressões desta viagem em narrativas do livro Nove, novena (1966) e em segundo plano, a importância da tipografia e as relações entre Osman Lins e outros escritores mineiros que configura um movimento importante para pensar o modernismo entre Pernambuco e Minas Gerais.

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