O presente trabalho tem por objetivo analisar a transmutação da peça Lisbela
e o prisioneiro, de Osman Lins, para a linguagem cinematográfica, quarenta e dois anos
passados de sua primeira encenação teatral. Por meio dos estudos sobre
intertextualidade, intermidialidade e adaptação, enfatiza-se como o cinema e seus
recursos próprios podem interferir na literatura, preservando não só a intencionalidade e
as características do texto de partida, mas também trazendo possibilidades de novas
leituras semióticas. Já a contribuição inovadora do roteiro adaptado busca na metaficção
um meio para tornar o filme um sucesso de público, provocando diferentes sensações
nos espectadores, mas, acima de tudo, instigando relações inteligentes entre ficção e
realidade.