Esta comunicação é o aprofundamento da análise de Lima Barreto e o espaço romanesco, que incluí no meu livro Jorge Luis Borges y Osman Lins. Poética de la lectura (Rosario: Laborde Editor, 2007). No capítulo a ele dedicado, estudava a hibridação genérica e o traço ficcional nesse ensaio osmaniano, que designei na ocasião como “el ensayo de um novelista” (o ensaio de um romancista). Nesta nova proposta, me foco no Capítulo I “Lima Barreto: o escritor”, do livro de Osman Lins, realizando uma leitura pormenorizada dos recursos literários dos gêneros que nele se atualizam, na trilha do que o próprio autor indicava no prólogo: “essa pequena intromissão do romance no âmbito do ensaio”. Só que, na minha presente argumentação, leio a fórmula ao contrário: o ensaio é que irrompe, nesse capítulo, na escrita romanesca. O livro, designado pelo autor como ensaio múltiplas vezes no texto, sabemos, foi na origem uma tese acadêmica. Como ele respondeu a essa exigência, com qual criatividade romanesca (e ensaística), é o que tento apresentar. Nesse caminho, aliás, desvenda-se o jogo com o leitor, que devém assim um pesquisador que acompanha a descoberta do escritor por trás (ou dentro) da obra.