Convergindo em campo comum as analíticas da linguagem operadas por Roland Barthes e Jacques Derrida, o presente estudo tem por objetivo passar em revista as marcas de significação dispostas no romance Avalovara de Osman Lins. Tomando por base a riqueza intertextual do seu discurso narrativo, visa-se aqui trabalhar a sua palavra naquilo que ela traz de mais acentuado: um traço de sentido que se notabiliza por sua cursiva abertura. Todo o jogo semântico disposto no interior do romance será submetido às fortunas teóricas de ambos os pensadores naquilo que trazem de mais pertinente ao dimensionamento da linguagem e as suas operações de significação. Lançando mão de um horizonte conceitual que une a mais aguda inflexão filosófica às condições de sentido acenadas desde o interior da própria letra ficcional do romance, constrói-se um percurso no qual as marcas linguísticas sopesam não como gestos imobilizados, mas como traços móveis de um dizer que em si não pode guardar-se em instância última. Como emblema máximo dessa movência no interior do romance está a figura da espiral: voluta que não nos permite ver onde se limitam o fim e o começo da narrativa. É ela, atrelada aos termos “indecidibilidade” e “neutralidade”, o primeiro caro a Jacques Derrida e o segundo, a Roland Barthes, que conflui guiar este trabalho dissertativo.
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