Este trabalho propõe um estudo dos romances A hora da estrela, de Clarice Lispector, e A rainha dos cárceres da Grécia, de Osman Lins, à luz da contribuição de dois conceitos que, freqüentemente, são empregados em campos de significação muito próximos: mímesis e representação. A primeira parte do texto contém dois capítulos, dedicados a estes dois conceitos. No primeiro capítulo, a pesquisa busca em Platão e Aristóteles as raízes da mímesis como conceito e deságua, por fim, na formulação da tríplice mímesis tal como proposta por Paul Ricoeur, nos anos oitenta do século passado. Em seguida, discute-se o conjunto de usos do conceito de representação na teoria política, na psicanálise e na psicologia social. Na segunda parte do trabalho, investigamos, no terceiro capítulo, o rendimento analítico-interpretativo do campo conceitual da representação nos romances que constituem o corpus primário da pesquisa, enquanto, no quarto capítulo, as duas obras são consideradas sob o aspecto da formulação ricoeuriana da mímesis. Nos dois capítulos da segunda parte, privilegiam-se os procedimentos do narrador, no que se refere à composição narrativa e à construção das personagens.