Este ensaio propõe uma aproximação do romance Avalovara ao subgênero literatura de viagem, não exatamente no sentido da subentendida conexão íntima entre a viagem e a literatura, mas, sobretudo, no sentido de que o romance aqui se constrói como representação imaginária da busca de uma Cidade, de uma Ilha, de um Nome e, como tal, traz em si – ainda que na clave do alegórico – as marcas distintivas da especificidade aludida: um olhar posto sobre a natureza, a relação tempo-espaço, o privilegiamento da descrição sobre a narração. “Uma viagem está no texto, íntegra: partida, percurso, chegada”, palavras do ensaio de Abel que não apenas intensificam os motivos que empurram a pesquisadora, mas também apontam A viagem e o rio como o contraponto perfeito, na medida em que aos poucos desvela – através de seu paralelismo com o texto romanesco – as brumas que encobrem o caminho por ela trilhado.