Para Gilles Deleuze, as dobras são levadas “ao infinito” no barroco, fazendo
com que ele não se configure como essência, mas como “um traço”. Sendo o barroco a
condição “sob a qual a verdade de uma variação aparece ao sujeito”, faz-se pertinente
um movimento anacrônico subjacente a uma produção literária moderna, próximo ao
que Sarduy chamava de neo-barroco. Analisar-se-á, neste trabalho, os textos “O ponto
no círculo” e “Conto barroco ou unidade tripartida”, de Osman Lins, presentes em Nove
novena, que fazem uso das citadas características barrocas, todavia, solapando os
vínculos metafísicos presentes na literatura produzida no âmbito da Igreja.