O artigo propõe-se a analisar, dentro dos parâmetros da crítica temática e da psicanálise freudiana, bem como de outros saberes advindos da história e da astrologia, o modo como o
tema do amor cristão organiza o percurso da protagonista de “Retábulo de Santa Joana Carolina”, narrativa central de Nove, novena, obra de 1966, escrita por Osman Lins. Embora
associada a dimensões profanas, a protagonista é normalmente vista como uma “santa” pela crítica especializada. Entretanto, por seu percurso vital estar relacionado ao trânsito das constelações zodiacais, a dimensão profana será enfatizada em análises que relacionarão os
tempos litúrgico, astrológico e histórico. Dentro desse jogo temporal, o presente artigo trará à luz a dimensão humana. Distante do perfil de santidade, o amor caritas será observado como decorrente do mecanismo psíquico de sublimação de Joana Carolina, desenvolvido durante toda sua vida.