Textos em periódicos

Sobre: O vitral

Ordenar por

Este artigo investiga a categoria da temporalidade poética no conto O vitral, de Osman Lins (1924-1978). Presente na coletânea Os gestos (1957), a narrativa em questão aborda os instantes líricos de revelação do casal Matilde e Antônio, a partir da decisão de registrar com um retrato a comemoração de vinte anos de casamento. Ao manipular quadros estáticos, o contista flagra a poeticidade do instante ao instaurar momentos de vibração interior dos personagens. Dessa forma, surgem nivelamentos na fatura narrativa que permitem discutir de que maneira o escritor, a partir da moldura temporal, potencializa a matéria literária, criando uma obra essencialmente poética. O paralelismo entre o tempo presente e o tempo da memória apresenta uma duplicidade acentuada pelos contrastes entre o casal: enquanto Matilde revela-se sonhadora e infantil, Antônio surge como realista, ponderado e circunspecto. Assim, este contraponto contamina a fatura narrativa, caracterizando uma temporalidade diferente da linear; subordinada ao espaço e, por sua vez, descontínua. Este procedimento favorece a análise do conto mencionado a partir da teoria de Jean-Yves Tadié (1994) acerca da narrativa poética. Ademais, serão considerados estudos referentes à fortuna crítica de Osman Lins, os quais iluminarão o tema proposto.

Este site não hospeda os textos integrais dos registros bibliográficos aqui referenciados. No entanto, quando disponíveis online em outros websites da Internet, eles podem ser acessados por meio do link “Visualizar/Download”.

;
;